domingo, 7 de junho de 2009

Aldeia Global

( um equívoco com o papa...)

 A velocidade da informação, a globalização trazem ao mundo a possibilidade de se estar em cada canto do planeta; saber amiúde o que acontece em cada pedaço de chão. O homem ganha com essa grande "Aldeia Global", mas também perde. 
     A troca de conhecimento, as descobertas o avanço da tecnologia, das informações faz com que cada vez mais o homem se conecte às máquinas para fazer parte dessa loucura deliciosa que é o mundo moderno. Porém, dessa grande loucura e parafernália além dos ganhos advém as perdas, porque nem tudo é difundido como realmente é, e acaba sendo distorcido pelo caminho, seja pela pressa de se passar adiante, seja por falta de cuidado de quem divulga, ou até por maus intencionados, o que em alguns casos pode começar uma guerra.
    Um parágrafo solto de uma fala do século XV, criticando o profeta Maomé, citado pelo papa em uma palestra numa universidade agora dá margem a um desentendimento que se não for contido pode enveredar para uma nova guerra santa.
O profeta Maomé foi e ainda é um líder religioso que tem para os muçulmanos o mesmo peso que Jesus Cristo para a nação católica e V. S. Bento XVI jamais seria leviano em qualquer fala ou comentário que pudesse atacar os muçulmanos ou qualquer outro segmento religioso, por razões óbvias. Mas a quem interessaria fomentar uma guerra religiosa?
   Vender manchetes, atrair leitores, vender folhetins? Será que para estampar os mais importantes jornais, revistas e os portais da Internet vale postar uma chamada que não traduz a verdade na íntegra? Por que alguém pinçaria só uma frase de uma palestra inteira e distribuiria sem o cuidado de explicar que ela não é da autoria de quem a proferiu? Seria falta de tato ou maldade? Ou alguém quer ver o circo pegar fogo?
    A imprensa que tem um papel fantástico nessa imensa aldeia não pode ser a primeira a distribuir fragmentos de uma fala irresponsavelmente, criando clima de tensão, instilando o ódio num povo que já tem um histórico sofrido de lutas e cruzadas santas.
   Os quatro cantos do mundo estão unidos através de informações e muitos cabos, uma única palavra pode viajar para os lugares mais longínquos e provocar reações das mais diversas, e dessa possibilidade de se chegar a tantas nações das mais variadas culturas advém riscos de interpretações destorcidas com a mesma intensidade com que chegam
descobertas científicas, por exemplo.
   É possível que esse mundo vire uma imensa Aldeia Global, mantendo o respeito sem invasão de privacidade, sem destruir culturas ? Até onde vai a sede do homem em desvendar os mistérios da tecnologia para obter poder, para manipular e ter às mãos o controle do céu, água e ar?
   Como virar essa aldeia sem tirar a liberdade dos povos decidirem seus rumos, cumprirem seus rituais sem intromissão? Como vivermos todos em plena harmonia sem ferir as regras da boa convivência, sem a perda de identidade, de privacidade?
   Até onde o homem é capaz de chegar para conquistar?
   Até onde ele saberá se preservar como espécie?
   Até onde ele se interessará em manter outras espécies?
   Até quando o homem continuará olhando para seu próprio umbigo, sem se incomodar com o mundo à sua volta?
   Como o mundo ocidental recebe a rigidez dos orientais e como se comportam os orientais diante da liberdade dos povos ocidentais? Será que há uma aceitação sem reservas, sem preconceitos de ambos os lados? Ou antes, porque não pode haver o respeito mútuo?
   Num mundo onde a palavra corre em cabos cada vez mais velozes, onde as informações, embora transmitidas pela boca dos informantes, são instantaneamente transmitidas por satélites, é preciso muito mais seriedade e cuidado para que essas mesmas palavras não venham despertar mais ódios do que já existem milenarmente nesse nosso velho mundo.

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