terça-feira, 10 de agosto de 2010

Líderança

Quem se reconhece como líder dentro de seu círculo?
Quem não o é, certamente é liderado, porque só há dois tipos de indivíduos; o que lidera e o que é liderado. É fácil perceber; o que lidera é o indívíduo que gosta de pensar, costuma criar, organizar e sempre está se movimentando em busca de novidades, o liderado é aquele que prefere seguir a maioria, seja por preguiça mental, incapacidade ou em última análise, por circunstância.
O líder mormente nasce com a capacidade de liderar e se percebe desde os pequenos grupos e a medida que cresce percebe que pode expandir a sua liderança; é assim que nascem os grandes ícones que fazem a diferença, outros vão se reconhecendo ao longo da vida, embora já tenham nascido com essa capacidade. Alguns não conseguem sair do seu pequeno círculo e só imprimem sua marca na comunidade onde atuam, ou na família; dentro desse espaço ele pode nem perceber, mas é requisitado e sua opinião e decisão pesa para os que estão ao seu redor.
Ser um líder não quer dizer necessariamente arrastar uma multidão, pode-se exercer a liderança em pequenos grupamentos, porque onde houver agrupamento de pessoas sempre haverá alguém em que se deposita maior confiança ou a quem se delega maior poder para agir, decidir ou falar em nome de outros.
Quase todos os indivíduos que são líderes tem um ídolo, um modelo em quem se espelham ou se inspiram, porque é através da admiração que o indivíduo resolve representar seus pares.
Os indivíduos que tem um grande poder de liderar e arrastam consigo multidões, tem uma boa oratória ou são carismáticos, ou os dois. Entre eles há os que trabalham em prol do bem e os que trabalham para o mal. O homem tem a natureza corruptível e está sempre balançando entre o bem e o mal, por esse motivo é que alguns quando líderes se perdem dentro do poder que lhes é confiado e acabam se tornando déspostas.
Há o contraponto; indivíduos que adotam posturas sérias e trabalham em função do bem estar do outro porque isso lhe apraz, são esses os líderes que trabalham na seara do bem, justificando a sua condição de líder da forma mais ética.
O mundo carece de líderes para caminhar à frente, precisa daqueles que abracem carreiras de comando, de poder para conduzir as populações, também precisa dos que aceitem ser comandados para que pacíficamente possam conviver em prol de um mundo melhor.
Não quer dizer que os comandados não possam ser pensantes, que deleguem os seus poderes aos líderes sistematicamente; pois isto lhes tiraria o direito de sequer reclamarem quando se sentem insatisfeitos.
Os grandes líderes precisam dos líderes de comunidades, de círculos menores para dialogar com eles; pois esses são os representantes legítimos dos anseios da comunidade. No momento em que as pequenas comunidades não tenham representantes a altura de representá-las as necessidades dessa comunidade já não são respeitadas, ou quando o líderes das comunidades pensam mais no aumento do seu poder e não em representar as suas comunidades, essas também deixarão de ser atendidas.
Quando não há entrosamento entre liderados e líderes, ambos não falarão mais a mesma língua e os direitos e deveres acabam sendo desrespeitados.
Cabe aos liderados terem opinião formada do que desejam que seus representantes mais próximos conquistem junto às lideranças maiores, assim como cabe a eles acompanharem de perto e cobrarem, como forma de garantir a realização e exercerem o seu direito de requererem o cumprimento de promessas.
No entanto há o cansaço daqueles que preferem se abster de pensar, de lutar, há os que preferem ser tutelados, delegando às grandes lideranças a guarda das suas escolhas, indivíduos que se acovardam por comodismo e permitem que disponham de suas vidas, suas terras, seu dinheiro seguindo como gado de um rebanho.
Nem sempre liderar é o melhor papel, porém, alienar-se certamente é o pior papel que o indivíduo pode exercer na sua vida.