sábado, 6 de novembro de 2010

Liberdade

É muito fácil falar em liberdade, é fácil pregar a liberdade, mas será que sabemos usá-la?
O que você estende por liberdade pode não ser exatamente o que pensa a maioria das pessoas, eu por exemplo, acho que liberdade é o direito de ir e vir, de me expressar e agir, entretanto nem sempre a liberdade que eu procuro exercer na minha vida agrada as pessoas ao meu redor.
Existem regrinhas importantes e nem sempre seguidas; quando eu exerço a minha liberdade não posso desconsiderar as pessoas à minha volta, porque se ao exercer a minha liberdade eu ferir as pessoas não estarei usando a minha liberdade com responsabilidade.
 
A condição suprema de exercer direitos implica em assumir  deveres,
 
Fala-se muito, briga-se muito pela liberdade seja a que preço for, parece que virou um modismo desenfreado proclamar liberdade sem a dimensão exata do que essa simples palavrinha quer dizer. Ninguém desembainha uma espada e dá um grito de liberdade ou sai por aí atropelando os outros para ser livre.
Liberdade se conquista palmo a palmo e só a conquista quem sabe o seu valor.
Liberdade não é um prêmio para egoístas, não é um presente por bom comportamento.
Ninguém que tem o desejo de ser livre sai por aí pisoteando nas regras, ao contrário; quem deseja ser livre luta honestamente para reverter o que não acha justo e luta com armas sensatas, argumentos irrefutáveis, e se as regras são injustas luta-se para modificá-las. Regras constroem a sociedade, as comunidades, lutar para torná-las justas e humanas é correto, desafiá-las não.
 
Mesmo nas jornadas mais difíceis e longas não há que se jogar sujo, porque liberdade não combina com corrupção, não combina com armações, não combina com preconceito e muito menos com falta de orientação. A liberdade vem com a maturação, porque sempre que ela vem sem amadurecimento ela se perde do seu verdadeiro ideal
 
Demos um salto muito grande de gerações em muito pouco tempo, nesse interim abriu-se um rio de liberdade e ao que parece não estávamos preparados para usá-la; metemos os pés pelas mãos, pais se perderam na hora de educar os filhos esquecendo que impor limites também é saudável, educar não é liberar de vez, é saber dosar.
Vamos aprender, mesmo que isso ainda doa muito, não devemos retrosceder, mas olhar adiante com olhos de ver.
 
Liberdade é um bem precioso se usado com responsabilidade, afinal liberdade não é sinônimo de libertinagem.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A complexidade do desamor


Ao invés de festa e boas energias, vemos por todo lado pessoas ainda iradas destilando sua arrogância, seu ódio adormecido.
De onde vem tanto ódio, tanta prepotência? Seriam alguns menos brasileiros que outros?
Quem pregou e alardeou diferenças entre as pessoas, por raça, cor, crença, região ou preferências sexuais?
Por ventura os DNAs de algumas pessoas é gravado com algum metal precioso? Será que trazemos nas nossas certidões pedigree como nossos cães?
Conseguiremos ser melhores que os nossos animais de estimação?
Nascemos todos de um mesmo e igual ato físico, que na maioria e esmagadora das vezes é um ato amoroso, portanto somos, em tese, portadores de amor para o mundo. O que na prática não se realiza.
O que então daria direito a algumas de se autoproclamarem melhores do que as outras? Com que direito algumas pessoas se entitulam como os verdadeiros herdeiros de uma linhagem pura, poderosa e dona da verdade?
Esquecemos que diante do espelho não conseguimos repetir nem a metade do que pregamos diariamente; a menos que desviemos dos nossos próprios olhos.
Temos de nós mesmos uma imagem muito condescendente por isso mesmo defendemos com unhas e dentes nossas posições mesmo quando contrariados, muito mais pelo orgulho de não reconhecer o erro e pedir desculpas, do que mudar de opinião.
Nós humanos somos complexos e complexados, assim o medo do confronto do nosso eu sem máscaras com o nosso eu fachada, nos deixa confusos e amedrontados. Para fugir desse confronto sempre angustiante, quase sempre mentimos para nós mesmos o que faz de nós eternos fingidores.
É claro que a nível consciente nem sempre sabemos separar o que acreditamos verdadeiro e o que é realmente verdadeiro, nesse emaranhado acabamos sabotando a nossa inteligência, nossa saúde e nossa posição diante do mundo.
Na dúvida é melhor calar, refletir para não ter que continuar semeando inclusive em nós mesmos e naqueles que nos rodeiam o desamor e a angústia de não se sentir amado e não saber amar.