Da minha constante observação e vivência dos fatos ouso dizer que psiquiatria nunca foi tão profícua quanto agora, como nunca engatinhou tanto, senão vejamos: O número de transtornos explicados pela psiquiatria tem aumentado consideravelmente da mesma forma que o desconhecimento em lidar com tanta diversidade. Hoje ser “normal” é ser a minoria, porque de perto, como diria Nelson Rodrigues, ninguém é normal. Vamos chegar a um tempo em que seremos separados por tribos psiquiatricamente explicadas.
Convivemos numa sociedade onde as pessoas têm comportamentos conflituosos para consigo mesmas, sem que isso afete seu convívio social, da mesma forma que se adentrarmos as famílias vamos observar que não é raro encontrar no meio delas os mais variados distúrbios psicológicos e psiquiátricos.
Apesar da psiquiatria hoje oferecer tratamento para a grande maioria de distúrbios mentais, não existe uma política adequada para atender ao crescente número de pessoas que carecem desse atendimento. Não existe suporte psiquiátrico por parte das instituições governamentais para tantos pacientes e para tantos familiares, pois não só os pacientes carecem de atenção e tratamento, as famílias também carecem de suporte psiquiátrico para aprenderem e suportarem conviver com seus pacientes, sejam eles produtivos ou não.
Apesar dos transtornos como T.O.C Transtorno Compulsivo Obsessivo, da Esquizofrenia, Psicoses moderadas muitos pacientes com ou sem tratamento são produtivos, ou seja, trabalham, estudam e tem toda a liberdade de ir e vir sem constrangimento, o que eu, particularmente considero um ganho, pois a medida que essas pessoas se imiscuem na sociedade e trocam com ela experiências conseguem conviver com suas dificuldades e muitos aprendem com essa convivência enxergar em si a necessidade de buscar uma maneira de se integrar.
Loucura?
Angélica T. Almstadter
No balanço das palavras desconexas
Mordo sons entre os dentes apertados
Como compreender o tênue fio
Que traspassa esse portal
Se todas as imagens são complexas
Os sentidos revirados
E estampado no rosto, o riso é vazio?
Nada é pouco, e nem tudo é total
Existirá um limiar para razão,
Ou um patamar para loucura?
A inquisição que crucifica
Confere os atos, mas, produz reflexos?
Quando conhecer a sinceridade pura
Como conduzir a censura?
Qual o ato que por si se justifica?
Será que insanidade diferencia sexos?
Onde as dores dessa fé se estancam?
E onde se derramam?
Qual foi o tribunal que cegamente
Assinou com lágrimas essa sentença?
Quanto vale essa presença
Que atribui aos olhos vagamente
Um mundo que parece real?
O dia a dia repleto de rituais
A entrega silenciosa?
E na pira de sacrifícios: a vestal
Despe a alma amorosa
E passeia entre os desiguais
Ou iguais...
quarta-feira, 15 de julho de 2009
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