quinta-feira, 10 de maio de 2012

Beleza, Status ou Inteligência?



Diriam alguns que o vigor físico sustenta o corpo, atrai para si conquistas, e que a qualidade da robustez aliada ao frescor da idade são combustíveis imprescindíveis às pessoas.
Alguns contestariam veementemente porque nem só de vigor físico se chega ao topo, vide o caso das top models que são tão frágeis e dominam no ponto mais alto.  A grande diva sempre foi e sempre será a beleza, indubitavelmente, em todos os casos, sempre.
É quase impossível admirar uma outra pessoa sem lhe perceber as qualidades físicas. 
A primeira chamada das pessoas está na aparência; na maneira com que se vestem, na sua estrutura física, nas curvas; se for mulher, na rigidez da suas carnes, na forma escultural, no brilho da pele dos cabelos , na perfeição do rosto, no seios, nádegas e pernas bem torneadas. Pouco se dará  importância ao que faltar à essa bela receita.
Aos homens com algumas diferenças também se busca na aparência o primeiro e grande impacto, e por saberem desse motivo usam eles agora, os mesmos meios e atrativos femininos para chegarem mais próximo ao que pedem os olhos femininos e até masculinos, por que não?
E a crueldade dos tempos não se estreita só na faixa da beleza e aparência, até porque ela tem um custo  que só pode ser acompanhado por uma boa dose de capacidade de consumo, o que é quase tão raro como nascer e sobreviver com tais qualidades sem que se precise nela investir uma soma considerável. 
Padrão eis o que diferencia e separa o aparentável do economicamente perfeito.
Diriam as más línguas, que  olhar por essa ótica é quase que punir com separatismo os que não estão na lista dos bem nascidos e dos bem vividos ou condenar ao "in aeternum lat" a fatia que não preenche os requisitos que se confere à primeira vista. Entretanto é assim que se processa na cabeça da grande e imensa maioria de pessoas nos dias em que a comunicação é a vedete maior.
Embora seja essa a corrente que carrega a massa, me prendo a um "mísero detalhe " que parece só um adendo do conjunto acima citado, pelos desprovidos dele. Não dispenso em circunstância alguma, tal como sei ser imponderável e impensável para alguns, conceber um mortal sem ele: inteligência. Que seja uma inteligência mordaz, criativa, elegante, sagaz, intelectual ou uma mediana inteligência carente de estímulo cultural, ainda assim inteligência latente,  mas que seja parte integrante das características de cada pessoa, da mais simples a mais abastada. 
É inconfundível o traço de quem apresenta tal "detalhe", que em determinadas condições dispensa sem prejuízo qualidades ou status outros, pela agradável convivência, fertilidade de idéias e troca imprescindível.
Não se adquire tal "detalhe" com status, dinheiro, poder, cirurgia e não se carece dele para estar na moda, mas com ele se garante companhia agradável, com ele se adentra ao mundo refinado das salas seletas, dos recantos privilegiados, das falas e das atenções. Aos detentores de tão expressivo "detalhe" não se confere beleza como prêmio, nem uma cadeira cativa de mestre e nem sempre a primeira fileira nas disputas, mas se garante a certeza da compreensão do mundo ao seu redor, e muitas vezes lhe é impingido um sofrimentos atroz.
A bem da verdade alguns não fazem um bom uso dos seus talentos e por escolha própria  se tornam odiados pelo que mais o destacam em um grupo, uma categoria ou uma nação, enquanto outros mal tem oportunidade de demonstrar sua capacidade de amadurecer idéias, teorias, ganhar conhecimento intelectual pela falta de chances. Tantos talentos sucumbem na ignorância sem nunca saberem do seu potencial ou sem sequer terem ouvido falar em  quociente de inteligência.
Assim, da mesma maneira que não há como não prestar atenção no visual e por ele ser atraído,  não há como deixar de admirar quem traz no perfil a inteligência visivelmente bem aproveitado na conduta, na companhia e nos círculos familiares e sociais. 
Que seja pois, para o deleite de cada um, o que mais lhe aprouver.

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