Quebrar laços é muito difícil visto que nós seres humanos necessitamos constantemente de companhia, de vínculos. Não sabemos viver só, mesmo quando queremos, é fato que temos nossa necessidade de privacidade sim, mas carecemos de um ombro para recostar, ou simplesmente alguém para sabermos que está ali, numa eventual necessidade.
Mas laços só permanecem importantes quando são laços firmes, constantes, não há como manter um relacionamento unilateral, ou superficial, ou ainda quando desse vínculo não geram frutos; de amor, amizade, companheirismo ou simplesmente de uma troca espontânea de carinho. E ainda que num encontro de pessoas possa haver um conhecimento mútuo, uma convivência tolerável, isso não significa que os laços se mantém firmes, nem significa que hajam laços. Para que se possa haver ganho dos dois lados, é importante que haja troca, a partir do momento que a troca não mais acontece, o relacionamento, fenece, inexoravelmente.
Todo relacionamento, por mais casual que possa ser, sempre deixa marcas, sempre estabelece alguma confiança, e invariavelmente não assinala algumas metas, ou não traça planos. Seja em que campo for, um relacionamento sempre nos trás algum crescimento, pois dentro deles aprendemos muito mais sobre o ser humano que somos ou o outro, seja daquele que difere de nós, ou daquele que se assemelha a nós, podendo nos afinizar com um e com outro com a mesma intensidade, dependendo única e exclusivamente do quanto se doa e do quanto se recebe.
Alguns relacionamentos deixam marcas mais profundas, outros passam e nos deixam ilesos. Das marcas que vincam nossa alma, algumas apagamos com o tempo, outras nos acompanharão pra sempre, variando da intensidade e da profundidade que elas foram tatuadas em nós.
É certo que para relacionamentos mais longos haverá muito mais marcas para se questionar, do que num relacionamento temporário, mas não se deve pensar que sejam menos importantes umas das outras, porque ao seu tempo cada uma delas teve a sua importância, e só saberá dimensioná-las que as tiver, mais ninguém.
Pensando assim, concluo que quebrar elos, é sempre muito complicado, e para tanto é preciso se munir de muita energia, é preciso rasgar mesmo o peito, deixar doer até os ossos.
Para renascer é preciso antes morrer.